Resenha: Quarto - Emma Donoghue

Editora: Verus

Autor: EMMA DONOGHUE

ISBN: 9788576861317

Ano: 2011

Número de páginas: 349

Skoob

Sinopse: Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la.  O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois.

"Eu queria ver as crianças mas fico tonto por elas serem tantas e eu um só." Quarto, pág. 251 

Ao solicitar o livro "Quarto" à Editora Verus eu esperava um livro pesado. Achei que este título me faria chorar bicas, perder a esperança na humanidade, sentir vontade de bater na autora. Ok, ok, eu sou uma leitora masoquista, confesso. E confesso também que eu estava redondamente enganada quanto ao que o livro é capaz de nos proporcionar, o que de forma alguma tirou o seu valor. Acrescentou, inclusive.

A trágica história de mãe e filho mantidos em cativeiro é contada por Jack, um menino de 5 anos que nasceu e sempre viveu dentro de um quarto. Ele não conhece nada além daquela realidade, o que torna suas concepções de mundo muito singulares e interessantes. Em vários momentos o leitor se depara com uma observação sagaz deste inteligentíssimo personagem que, mesmo com uma ótica completamente distorcida por sua vida afastada do "lá fora", nos faz ver que mais distorcida ainda é a nossa forma de viver.

"Quarto" foi muito habilidoso em gastar minhas Tags de citações, em grande parte pelo humor e delicadeza do seu ilustre narradorzinho. Por sinal, não sei se vocês são 'kidsycho' (fiz um sanduíche de palavras igual ao Jack, agora!) como eu, mas durante a leitura a minha alegria foi semelhante à de assistir vídeos de crianças no Youtube!

" Na etiqueta tinha o desenho do rosto de um bebê com um risco por cima e 0-3, será que isso queria dizer que ele matava os bebês em três segundos?" Quarto, pág. 223 

Além disso, a impressão que eu tinha é que eu e Jack estávamos escrevendo a história juntos, já que sua perspectiva sempre dá margem a interpretações, de forma que muitas vezes somos indiretamente - e deliciosamente - convidados a preencher as entrelinhas para dar fechamento ao enredo.

O livro também abre reflexões sobre a natureza descontente do ser humano, que quer sempre mais e, quando conquista suas vontades se vê nostálgico e saudoso. Para quem gosta da boa e velha psicologia o livro também tem nuances Freudianas que podem ser exploradas, além de permitir uma análise nossa sobre saber respeitar o espaço de quem amamos e exigir o nosso espaço dos que nos amam. 

E se o seu negócio é devorar livros, comece "Quarto" com um sorriso no rosto: eu, que nunca dou a um livro mais prioridade que ao meu sono, cheguei a dormir às 4h a.m. numa noite porque nada importava mais do que saber o que ia acontecer na história. NADA.

PS: Enquanto eu lia as citações que marquei para colocar algumas aqui pra vocês fiquei MORRENDO de saudades e de vontade de ler o livro de novo. Esse foi o tanto que esse livro me conquistou.

" - Você não tem medo de monstros, tem?

  - Depende do monstro, se é de verdade ou não e se está onde eu estou." Quarto, pág. 279

Nota: 5/5

Capa: 4/5 (a parte branca do meu ficou encardidinha!)

Leria de novo? Sim, com certeza.

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Não deixem de comentar me falando o que acharam da resenha, do livro ou o que estão esperando dele!

E participem da super promoção que está rolando: