Resenha: A Vida, o Universo e Tudo Mais; de Douglas Adams

Editora: Sextante
Autor: DOUGLAS ADAMS
ISBN: 9788599296592
Ano: 2009
Número de páginas: 224 

Skoob

Sinopse: Após as loucas aventuras vividas com seus estranhos amigos em O Guia do Mochileiro das Galáxias e O Restaurante no Fim do Universo, Arthur Dent ficou cinco anos abandonado na Terra Pré-Histórica. Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda acordava todas as manhãs com um grito de horror por estar preso àquela monótona e assustadora rotina.

Talvez Arthur até preferisse continuar isolado em sua caverna escura, úmida e fedorenta a encarar a próxima aventura para a qual seria forçosamente arrastado: salvar o Universo dos temíveis robôs xenófobos do planeta Krikkit.

Este é o terceiro volume da "trilogia de cinco" de Douglas Adams, um dos mais cultuados escritores de ficção científica de todos os tempos. Seu humor corrosivo e sua habilidade em criar situações improváveis tornam seus livros fundamentais para qualquer um que tenha capacidade de debochar de si mesmo. Usando o planeta Krikkit como paródia da nossa sociedade e das guerras raciais, Adams cria uma história divertida, inteligente e repleta dos mais inusitados significados sobre a vida, o Universo e tudo mais.

O que eu achei da série: Eu comecei essa série com muito entusiasmo. O primeiro livro, O Guia do Mochileiro das Galáxias, me encantou absolutamente com suas idéias brilhantes e quase ingênuas que mostram como a humanidade é tolinha. Por exemplo, (não é spoiler: é só uma passagem interessante e sem importância para o enredo) quando o livro fala que na Terra mataram um homem só porque ele falou que as pessoas deviam se amar mais - se referindo a Jesus o que, indiferente da fé de cada um, é uma perspectiva muito inteligente sobre a história dele. Ou então, ainda no primeiro livro, quando você descobre quem é que realmente mandava no planeta Terra. É hilário! Por essas e outras, o primeiro livro tem, pra mim, nota 4/5. 

Então veio o segundo livro, O Restaurante no Fim do Universo, e a minha empolgação diminuiu um pouco.  Achei o capítulo no restaurante muito bom. Achei a análise sobre o jardim do Éden muito legal (pág. 200, no meu livro). Mas assim, não gamei como no 1º volume, então pra mim valeu nota 3/5. Mas até aí tudo bem. A série ainda mantinha seus raciocínios críticos sobre a sociedade, a natureza humana, a cultura e a religião disfarçados de humor. Pra mim essa era a graça da série, então eu estava feliz - e foi nesse estado de espírito que comprei o 3º livro. 

"No caminho de volta entoaram diversas canções que ponderavam sobre paz, justiça, moral, cultura, esportes, vida em família e o aniquilamento de todas outras formas e vida." A Vida, o Universo e Tudo Mais, pág. 96

Quem já leu os livros da série sabe que o forte do Douglas Adams é o Nonsense, ou seja, a falta de noção das suas histórias. Eu sempre ví essa característica como algo positivo, como uma admirável liberdade criativa. Mesmo porque, os livros não eram apenas um monte de viagem na maionese sem pé nem cabeça. Havia a crítica. Havia o sarcasmo. Havia a ironia.

Mas, pra mim, tudo mudou no 3º livro. Até um pouco antes da sua metade eu fiquei muito irritada. A história não andava e eu me senti perdida, me perguntando se era o livro que estava fragmentado demais ou eu que não estava entendendo o seu enredo. Atingi meu ápice de descontentamento com o livro no 9º capítulo em que as brincadeiras do autor com as palavras não tiveram nenhuma razão de ser, nenhum motivo, nenhuma justificativa que tornasse a brincadeira realmente engraçada ou recompensante.  Só pra vocês entenderem, era algo como "e então o colchão sgrondistipou-se na truglistonimoação do seu resplegstôncio". Sabe, assim... hã? Isso foi um nonsense gratuito ou eu que sou burra? Juro, tive vontade de jogar o livro no lixo nessa hora.

 Mas a minha curiosidade foi mais forte e eu continuei. Eu precisava descobrir porque o Douglas se deu ao trabalho de escrever esse livro. 

A partir da 2ª metade o enredo dá sinal de vida, mas eu não fiquei satisfeita. Achei a história muito fraca. Não há nenhum novo fator nas relações entre os personagens. O Marvin, que era meu personagem favorito, ficou muito chato nesse livro. O único personagem que teve o psicológico mais explorado foi o Arthur, mas mesmo ele não saiu muito do senso comum dos primeiros livros.

Enfim, de um modo geral, o livro não funcionou pra mim. Mas A Vida, o Universo e Tudo Mais não chega a valer um zero. A idéia da mecânica de uma nave, através do propulsor bistomático, com piadas sobre garçons, contas e decoração de restaurantes é divertidíssima. A história do Agrajag, com humor sobre a idéia de carma, coincidências e mania de perseguição também é legalzinha. Mas, na minha opinião, termina por aí: todo o resto é nonsense sem graça.

OBS: Ainda assim eu vou ler os 2 últimos livros da série. Porque eu sou curiosa E esperançosa.

Nota: 2/5

Capa: 3/5

Leria de novo? Não, não e não.

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Mas eu não acho que vocês devam deixar de ler o livro pela minha opinião. Se tiverem interesse, leiam, tirem suas próprias conclusões e me contem depois o que acharam. Pode ser que eu esteja errada, ou que o nonsense deste 3º livro agrade o seu gosto durante toda a leitura. E se você já leu o livro e teve uma impressão diferente, vou adorar saber a sua opinião, viu? Quero muito entender porque as pessoas não criticaram esse livro antes!

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