Felizvros Entrevista: Cammie Mcgovern #02

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Em Contato Visual, um dos protagonistas é um garotinho com autismo. E como o seu filho tem a mesma condição, nós nos perguntamos se você se sente como a Cara, do livro. Você pode compartilhar algumas das similaridades que ele tem com a sua vida?

Sim, o coração de Contato Visual é certamente o relacionamento entre um jovem garoto autista e a sua mãe. Quando você é mãe ou pai de uma criança com autismo, seu mundo é tão abalado pelo enigma dessa disfunção (os médicos ainda são pressionados para explicar a explosão de diagnósticos dos últimos vinte anos) que fez todo o sentido para mim que lidasse com o autismo também como um enigma da história. Uma das mensagens-chave que eu quis transmitir foi a VERDADE sobre criar uma criança com autismo – que isso pode ser incrivelmente solitário e muito assustador (provavelmente foi por isso que fiz a Cara como mãe solteira, para reforçar a solidão que eu senti nos primeiros anos do meu filho, mesmo tendo outros filhos e um casamento tão feliz). Eu também não quis pintar um quadro clichê em que o garoto autista tem um avanço mágico e consegue falar exatamente o que viu, no fim da história. Eu não acho que o autismo funcione desta forma, mas eu acho sim que essas crianças podem e conseguem nos surpreender de muitas outras formas (ou com as outras crianças, certamente), foi a fonte de várias conexões maravilhosas para mim. Espero que os leitores vejam este livro como um retrato fiel de uma criança verdadeiramente autista, e que eu também transmita algumas das alegrias e maravilhas de ter uma dessas crianças como filho.

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