segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Feliz dia do leitor!



Antes de ser leitora eu era uma pessoa bem menos feliz. A minha desocupação nessa vida era tanta que por vezes eu tinha crises de identidade, por não ter nada que me movesse. Eu sei, essa descrição de sentimento foi meio vaga, vamos desmembrá-la: algo que te move é aquilo que ocupa a sua cabeça quando tudo mais no mundo está entediante. Que sempre parece novo pra você, sempre te encanta, sempre te diverte. Coisas que te movem geralmente estão intimamente ligadas à sua visão de si mesmo, é com elas que você se empolga quando vai conversar com as pessoas - mesmo que isso às vezes provoque um distanciamento delas, hahaha... enfim. Coisas que te movem fazem a sua vida valer mais a pena.

E eu não tinha isso. Era vazia como a sacolinha de Beleza Americana, vagando por aí e esperando que os outros me enchessem de vontade pela vida. Quer coisa mais deprimente, gente? Cruzes!

Daí eu resolvi ler e de um em um fui descobrindo um mundo imenso e muito rico de histórias, de formas de pensar, de estímulos. Pra mim a leitura é isso. Antes de ser um lazer, é um remédio pra solidão, pro fim irremediável, pra falta de sentido. É uma filosofia, mesmo que eu esteja lendo uma baboseira.

Então, já que estão dizendo por aí que hoje é dia dos leitores, eu gostaria de saudá-los, pessoas gentis e interessantes, por partilharem dessa paixão. Que hoje seja um dia pra você avaliar se anda feliz com as suas escolhas literárias ou apenas sendo manipulado pelos tantos marketings das editoras que, por mais que façam a nossa felicidade, são empresas e existem com a principal finalidade de ganhar dinheiro. Nada contra, esse é o objetivo  e a necessidade de todos. 

Lembre-se apenas de que a vida é sua, a cabeça é sua, e que há muito mais num livro do que a sua capa e seu slogan. Não há nada de mal em querer se entreter num momento de leitura, eu mesma sou super a favor de lermos o que nos der na telha. Mas se você se perceber passando de uma leitura desinteressante para a outra, pare para pesquisar um pouco, para perceber que tipo de característica de leitura de fato te agrada e pra mudar as suas escolhas literárias, se necessário. Você não precisa ler um livro que não te pareça interessante só porque todo mundo está lendo - talvez o mundo esteja passando por um momento literário de "a roupa nova do rei" - e não, eu não estou falando de nenhum livro específico, mas de todo um movimento de lermos, todos, as mesmas coisas e gritarmos em uníssono como o senso comum que consumimos é genial.

Enfim, sejamos mais críticos, mais seletivos, mais curiosos e mais ousados na hora de escolhermos as nossas leituras. Não para posarmos de cults por aí, que de babaquice o mundo já está cheio, mas para sermos mais felizes mesmo.

Feliz dia do leitor, gente linda!

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu nem consigo me lembrar de um momento da minha vida em que eu não fosse rato de biblioteca haha. Cresci com uma mãe bookaholic e fui pelo mesmo caminho. Acho que isso ajudou a não deixar minha sacolinha vagando por aí :P Embora tenha meus momentos de crise com a própria leitura (esses questionamentos de "por que estou lendo isso, ler o que todo mundo lê, ler por obrigação e outras coisitchas) nada apagou meu gosto pela leitura =D e que jeito melhor de comemorar esse dia que lendo horrores?
    hehe
    Beijão!

    http://nossosromancesadolescentes.blogspot.com

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  3. Eu poderia imaginar diversas coisas que poderiam me satisfazer, mas nenhuma delas supera a minha sede de ler. Foi através de meu pai que adquiri o hábito de ler. Na minha mocidade, apesar de não ter passado tanto tempo assim, estranhava ver meu pai repetidas vezes se debruçar nos livros ao chegar do trabalho. Aquilo me parecia um jeito esquisito de relaxar, como ele mesmo disse certa vez. Não entendia como pai extraía prazer daquilo. Eu integrava um grupo, hoje mais presente do que nunca, que repudiava o livro. Não via nas histórias um lugar agradável e seguro para se estar. Se fosse para resumir em uma única palavra o que eu e outros pensávamos do livro seria: enfadonho. Pura tolice gastar horas do seu tempo com isso. Até que um dia, por incentivo do meu pai, resolvi “ler”, não como quando estava no colégio. Houve uma completa imersão na história que eu não saberia descrever. Por um momento eu não estava mais no quarto, e o livro já não estava mais em minhas mãos. O ar que respirava era genuinamente agradável. O ambiente em que estava era completamente desconhecido para mim e as coisas começaram a dar forma diante dos meus “olhos”. Lembro-me dessa experiência como se tivesse sido ontem. É um pouco redundante falar disso aqui já que todos partilham do mesmo pensamento, mas naquela época eu não acreditava ser possível ler um livro daquela forma. Foi então que tomei gosto pela leitura até hoje. Sempre estou lendo. Isso passou a ser tão natural como respirar. Não me arrependendo de modo algum das horas gastas, quero dizer, investidas nos livros que até hoje li. Conhecimento é algo irresistível.

    Forte abraço

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  4. Oi Mari!
    Sabe que eu nem lembro como eu era antes de começar a ler? Acho que é uma daquelas coisas que já estão tão presentes na sua vida que você esquece de como começou. Não sei se você me entende.
    Bom, ler é sempre bom e concordo com você que as pessoas devem ler o que acham interessante. De vez em quando começo a ler um livro que não me prende, mas vou até o final pra ver se ele melhora. Tem vezes que dá certo e outras não, mas paciência. Isso faz com que formemos a nossa consciência crítica.

    Bjs
    Gabi Lima
    http://livrofilmeecia.blogspot.com.br

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  5. Oi Mari!
    Não sei quando especificamente me apaixonei pelo universo literário, pois minha vida inteira foi rodeada por livros, infantis, infanto-juvenis e adultos.
    Acho que meu gosto pela leitura foi aumentando gradativamente, na medida da minha curiosidade, entende?
    Lindo texto!
    Beijos

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  6. Oi mari, estou aqui beeeem atrasada, mas Feliz dia do Leitor para vc, também!!!
    Beijinhos
    http://marlicarmenescritora.blogspot.com.br/

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  7. Que lindo texto, Mari! É tão bom poder contar com o mundo das palavras... Infinito, cativante, esclarecedor.

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