segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Felizvros Entrevista: Daniela Niziotek, autora de "Paixão, drogas e rock'n'roll"


Depois de ler o ótimo "Paixão, drogas e rock'n'roll" da escritora brasileira Daniela Niziotek eu fiquei cheia de curiosidades! Pois resolvi unir o útil ao agradável e trazer mais uma entrevista para vocês. Espero que gostem. Leia a Resenha do livro e como foi a minha experiência com ele.


Durante a leitura de "Paixão, drogas e rock'n'roll" imaginei Brian Blue, o protagonista e vocalista da banda Fears, como Axl Rose, do Guns'n'Roses. O Brian foi inspirado em um roqueiro famoso específico ou foi apenas uma generalização? Você pode nos contar qual roqueiro imaginava ao escrever a história? 

Você sabe que já me perguntaram isso antes? (rs). Eu acho uma pergunta ótima porque me faz pensar que o Brian ganhou tamanha “humanidade” que faz com que as pessoas fiquem buscando correspondentes na realidade para ele e para a história. 

Na verdade o Brian não foi inspirado em nenhum roqueiro famoso dos anos 90, ele foi criado a partir de um sonho recorrente que eu tinha e queria exorcizar. Mas acho, que na medida em que foi sendo escrito ele “se tornou” uma pessoa de carne, osso e sangue e não mais um elemento onírico ou o personagem de um livro. Acho também que a sensação de intimidade, de “conheço esse cara de algum lugar” vem do fato dele (e os outros personagens do livro também) ter sido escrito como uma pessoa de verdade, com ambivalências, medos, defeitos e qualidades. O lado do estrelato é bem trabalhado, mas também o lado humano e íntimo do personagem. 

Uma vez me disseram que gostavam muito de “Paixão, drogas, e rock’n’rolll” porque ao lê-lo tinha-se a impressão que o leitor poderia a qualquer momento tropeçar em um personagem na rua. Para mim, escrever é isso, é envolver, convencer, emocionar. 


O livro aborda temas pesados como drogas, AIDS e violência contra a mulher. Qual é a sua experiência nesses assuntos? O que você pretendia ao abordá-los? 

Sou psicóloga, especialista em psicanálise. Você deve imaginar que eu ouço muitas histórias, mas não me inspirei em nenhuma em particular para escrever “Paixão drogas e rock’n’roll”. Como disse, a história surgiu a partir de um sonho recorrente que me incomodava um pouco, escrever foi uma tentativa de exorcismo. Não pretendi nada ao escrever sobre temas que algumas pessoas consideram tão polêmicos. Tinha uma história e queria contá-la, só isso. 

Confesso que fico um pouco surpresa com a polêmica gerada em torno do livro e também com o fato de algumas pessoas o lerem através de um viés moralista. Não que eu tenha algo contra, acho que cada pessoa lê uma obra de acordo com suas possibilidades e um livro publicado é público, pode-se e deve-se ter as mais diferentes opiniões sobre ele. Acho que minha surpresa vem do fato do meu olhar ser muito distanciado do viés moralista, talvez porque, até por minha formação, aprendi a não julgar. Eu acompanho pessoas e histórias e por isso, para mim, os temas tratados não são polêmicos e nem são apresentados com algum tipo de pretensão; são temas da vida cotidiana adulta, uma história de dor, e de pessoas que tentam sobreviver em uma situação de muita desesperança. 


Durante a leitura percebemos que você escreve com muita habilidade e eu particularmente adorei o seu trabalho. De onde veio a ideia desse projeto? Quais autores e livros te inspiram como escritora? 

Eu não sei como se dá o processo criativo. Temos a impressão que as histórias surgem do nada e, como em uma alucinação, passam a nos assombrar. Provavelmente não é verdade. Tenho certeza de que muitos autores me inspiraram, mesmo que eu não me desse conta disso ao escrever. Acho que toda história é composta pelos livros que lemos, filmes que vimos, pessoas que conhecemos ao longo da vida; além de aspectos da personalidade de quem escreve. Só que não percebemos todos estes aspectos condensados e deslocados (como num sonho) e ficamos com a sensação de as histórias e personagens apenas “surgem”.


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3 comentários:

  1. adoro entrevistas com autores! a gente conhece mais sobre eles e entende melhor o livro, se estiver sendo abordado algum.

    ouço muitos escritores falando que as ideias vem do nada e gostei da postura dela de lembrar que somos feitos de influencias - inclusive nossas ideias!
    bjssss amei a entrevista!! e parabens a autora pelo livro, parece bom!!

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  2. Adorei! Já estava querendo ler o livro! Muito boa a entrevista!
    bjaoooo

    Faz uma visita? http://olhosleem.blogspot.com/

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  3. Boa noite,

    Gostei da entrevista com a autora e a resposta dela sobre a influencia foi interessante, parabéns!!!

    Abçs.

    http://devoradordeletras.blogspot.com/

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