sábado, 18 de fevereiro de 2012

Resenha: O Nome do Vento - Patrick Rothfuss

Resenha da colunista


Editora: Arqueiro
Autor: Patrick Rothfuss
ISBN: 9788599296493
Ano: 2009
Páginas: 656

Sinopse: Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.

Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.

"O Nome do Vento - A Crônica do Matador do Rei: Primeiro Dia" já denuncia pela capa que é um livro de Fantasia passado na idade Média. A capa é bonita, mas poderia ser menos amarela. Não gosto de amarelo, mas entendo a escolha da cor - este é o primeiro livro, e narra a história de um garoto que só começa a ser judiado pelo mundo. As capas dos próximos devem ir ficando gradativamente mais sombrias, se meu palpite estiver certo. Gostei da ilustração e da tipografia. Interessante que todos os livros da saga tem um nome diferente, não ficam amarrados a um título/subtítulo. Este é o primeiro livro de uma saga que ainda está sendo escrita, sendo que o autor não sabe quantos livros ele irá escrever. Ele acabou de terminar o segundo livro da saga e está escrevendo o terceiro.

O livro é enorme e com letras pequenas, não vou mentir. E pelo que li, o segundo livro é ainda maior. Vou deixar de ler por isso? Não :)

O começo do livro é um pouco entendiante. O autor não é de detalhar muito o cenário e os personagens (o que não quer dizer que a história não seja rica em detalhes), o primeiro capítulo é meio confuso. Confesso que inicialmente, não dei muito crédito para o autor, e enrolei bastante para prosseguir na história. Mas o objetivo do autor é esse mesmo, te instigar para que você desvende-a. E o livro se torna, ao passar da leitura, maravilhoso e delicioso! Mesmo que você não goste desse gênero, aventure-se! A história vale a pena. Havia muito tempo que um livro não arrancava as emoções do meu peito como "O Nome do Vento". Eu me sentia envenenada, com ódio, quis chorar e rir com o personagem principal, o ruivo Kvothe (lê-se Kuoth).

O livro começa com um bando de beberrões, numa hospedaria, sendo atendidos pelo ruivo de olhos cansados, Kote. À primeira vista, ele não é nada além do dono daquela estalagem e um ignorante como qualquer habitante daquela cidadezinha perdida no interior. A verdade é que Kote é Kvothe, que vivia trocando de nomes e personalidades, para se esconder. E ele está bem longe de ser qualquer um. Atrás de seus olhos verdes cansados, escondem aventuras que nenhum homem jamais pensou. Ele e seu ajudante (que na verdade é um aprendiz), trabalham ali sem levantar suspeitas. O autor dá uma importância enorme ao olhar. Sabemos que Kvothe tem os olhos verdes, mas, o autor sempre descreve seu âmago através de seu olhar. Ora são de um verde profundo, ora são verdes faiscantes, ou tristes e cansados.

Passados alguns dias, chega na hospedaria um escritor que implora para que Kvothe lhe conte sua história. É aí que descobrimos que o ruivo de olhos verdes e enigmáticos, é descendente dos Edena Ruh (uma trupe de artistas viajantes, o 'Cirque du Soleil' da história), que eram os melhores artistas daquele tempo. É impossível não se apaixonar pela narrativa e por Kvothe - atrevido, destemido, falastrão, cético e bem racional. Essas são características que eu mesma possuo. Me identifiquei muito com ele, mas é provável que em todos os livros eu venha a encontrar algum personagem parecido comigo.

Li outras resenhas, e vi um monte de gente dizendo que Kvothe é um personagem com "Mary-Sue" - calma que eu também não sabia o que era isso. Em resumo: é o personagem perfeito demais, que nada dá errado na vida dele, sortudo e lindo. Não achei. Kvothe é inteligente e sabe disso. Mas isso não muda o fato que ele come o pão que o diabo amassou. De vez em quando, ele dá sorte; mas se ele se encrencasse mais, o livro se tornaria uma tragédia, e não uma aventura. E, considerando que neste livro ele se intitula um "homem perverso", e também nos é falado desde o início que ele é um assassino e um demônio, ainda podemos esperar mais reviravoltas em sua vida. Este é o primeiro livro, e é natural que nos apaixonemos pelo personagem principal. Mas tudo o que ele fez tem explicação - claro que algumas coisas são decorrentes da idade e ingenuidade dele - ele podia tomar saídas melhores. Mas ele é um anti-herói que amei! Sou fã do Batman e adoro ruivos, então sou bem suspeita pra falar; mas nada tira da minha cabeça que o Kvothe ainda vai arrancar muito suspiro de menininha hihihih. O livro possui várias sutilezas que nos fazem entender pontos cruciais da história. São detalhes sutis e naturais, que com o decorrer da leitura, vão revelando-se importantes.

Bom, tenho certeza que ele vai virar filme, cedo ou tarde. Então CORRAM (hahaha). E um livro grande merece uma resenha grande! Não me matem! XD

PS.: Eu me dei o trabalho de fazer um desenho do Kvothe, *fã apaixonada* oi?


Nota: 5/5
Capa: 5/5
Leria de novo? Ele é muito grande, acho que não,
mas aguardo ansiosamente pelo restante da saga.




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6 comentários:

  1. Boa noite Bel,

    Você não imagina como eu quero esse livro, não só esse como o segundo também, parabéns pela sua resenha.

    Abçs.

    http://devoradordeletras.blogspot.com/

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  2. Eu também estou louca por esse livro, ele parece tão bom. E sua resenha me deixou mais com vontade ainda. Ai Céus.
    Beijos

    www.pausaparaumcafe.com.br

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  3. Adorei a resenha, super sincera e até engraçada em alguns momentos rsrsrsrs
    Fiquei curiosa com esse anti-herói, viu! Adoro personagens instáveis.
    Beijos

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  4. Oie. Esse livro parece ser maravilhoso, não o conhecia... adorei a resenha!!

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  5. Oi, Bel!
    Boa noite, querida o/

    Linda, estou conhecendo o Felizvros por meio de convite feito no Skoob pela Mariana e não me decepcionei \o/

    Simplesmente fantástica a sua resenha.

    Você mencionou, prestou atenção a detalhes que nenhum outro resenhista de blog achou importante se detalhar e por isso estou colocando a sua resenha sobre O Nome do Vento como a melhor que li.

    A composição das cenas feitas por Patrick não apenas pelos objetos e cenário, mas principalmente pelo estado do personagem em si. E os olhos.

    Bel, você descreveu exatamente a caracterização de Kvothe por meio do destaque que o autor dá aos olhos do personagem de uma forma ímpar, viu? ^~

    O livro é muito intricando em determinados momentos, em outros é rápido e acelerado que nos faz vivenciar todos as situações que Kvothe está envolvido.

    Patrick Rothfuss pode morrer feliz, cara, porque só pelos anos iniciais da vida de Kvothe que compreendem sua infância junto com a família (a qual nos corresponde aos ciganos) enquanto aprende alquimia, teatro, companheirismo com os outros integrantes do Edena Ruh... é muito muito perfeito.

    A inserção do Chandriano na história é um dos pontos altos no roteiro: é uma ação rápida, trágica e cruel com toques de um sobrenatural de arrepiar os pelinhos do braço.

    Os mistérios que rondam Kvothe e Bast (quase dei um pulo da cama ao descobrir o que o Bast era, caramba!!) são de deixar a gente agoniado, querendo saber e saber e saber - tendo conhecimento de que não vamos saber, pois ainda nao é hora.

    Kvothe, um personagem com o Complexo de Mary-Sue?

    CAramba, uma Mary-Sue sobreviveria a todo o horror que perpassou a vida de Kvothe, nascido como um descendente de uma trupe protegida por um Rei e gozando de liberdade, respeito e amor para sofrer tudo o que sofreu? Uma Mary-Sue sobreviveria com a mente intacta ao Chandriano? KKKKKKKKKK ESTA eu queria ver >D

    A meta de Kvothe era continuar vivendo. E sim, vemos que ele é assassino, mago e Demônio... sério, tenho medo do que um personagem como ele faria sendo um Mary-Sue >D

    Concordo em gênero, número e grau, qto à personalidade de Kvothe e em tudo o que ele viveu e sofreu: sim, ele poderia ter tomado outras decisões, mas tomou as que acreditava serem as certas naquelas ocasiões...

    Ele era muito menino e teve que se virar da forma que a meta de se manter vivo lhe exigia.

    E é por tudo isso que ele é um personagem tão complexo e carismático.

    Estou apra morrer porque quero MUITO o livro dois. Mas a grana não irá permitir isso enquanto o preço absurdo não baixe, ou seja, como o consumidor nesta droga de país não é nada a não ser algo para ser sugado, isso vai demorar muuuuitos meses ainda.

    Como eu disse, AMEI sua resenha sobre O Nome do Vento, Bel!!
    Vou passar a resenha para várias outras amigas!!

    Meus parabéns!!

    Illyana HimuraWakai
    illyana.himura@gmail.com
    @IllychanHimuraW

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  6. Amei a resenha!

    Tem a primeira ´promoção lá no blog! Passa lá e participa hahaha

    http://www.booksformagic.blogspot.com/2012/02/promocao-6-meses.html#comment-form

    Beijos

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