Felizvros Entrevista Fernanda Saads, autora de As Confissões de Laura Lucy

Olá pessoal. Hoje nós vamos conhecer um pouquinho mais sobre a Fernanda Saads e o seu livro. "As Confissões de Laura Lucy". Se você ainda não tiver lido a Resenha dele aqui do Felizvros é só clicar AQUI. E desde já eu gostaria de agradecer à Fernanda por me permitir conhecer o seu trabalho, que tanto me agradou! Vamos lá?

Fernanda, ao longo do livro "As Confissões de Laura Lucy" a Laura muda de humor em uma velocidade impressionante, e muitas vezes mente sem necessidade. Agora fala a verdade pra gente: ela é bipolar e ou mitômana (tem mentira como um vício)?

Eu não a considero bipolar, nem mitômana. Acho que ela só está buscando se conhecer e se sentir mais feliz (ou, além de tudo, vive em uma TPM constante). Suas baixas de humor têm sempre motivos plausíveis, não? Laura é muito intensa, ansiosa, desesperada e precipitada e, quando entra em uma fria, acaba inventando mentirinhas “inocentes” mais para se safar. Mas como mentirinhas têm pernas curtas... Ela tenta ser esperta e acaba quase sempre metendo os pés pelas mãos.

Um ponto alto do livro é que a Laura tem muito em comum com a maioria das mulheres. No meu caso, posso citar a mania de listas, o ideal do homem-príncipe e o gosto pelo seriado Friends. E você, o que tem em comum com a protagonista do livro? Alguma situação dele foi inspirada em fatos reais?

Eu costumo dizer que Laura tem muito das mulheres que conheço, inclusive de mim. Algumas situações foram inspiradas em coisas que aconteceram com amigas, como por exemplo, a situação do avião. Em geral eu pego um fato real que, muitas vezes, é trágico e tento transformar em cômico, como foi o caso. Coisas que tenho em comum com ela: adoro compras! Adoro Mc Donald’s, Friends, chocolate,  e eu também me achava horrorosa aos quinze anos. 

Laura Lucy é uma consumista irremediável, né? O que você acha da compulsão do homem contemporâneo pelo consumo como remédio paliativo (ou seja, de alívio temporário) para seus problemas?

É uma realidade triste. Essa coisa do “ter” cada vez mais vem ganhando espaço e, muitas vezes, tomando conta da vida das pessoas. Antigamente – quando eu tinha dezesseis anos – a gente comprava um computador e sabia que dali a um ano e meio ele estaria desatualizado e teríamos que trocar por outro computador. Hoje a gente compra um netbook e em dois meses surge um tablet, daqui a mais dois não se sabe o que vão inventar. A mídia nos enche de incentivo e pimba! Lá estamos nós achando que é essencial ter o eletrônico da moda. Em tempo de transformações tão rápidas, essa coisa de consumir fica desenfreada. É difícil ficar por fora do mundo. O homem tem essa necessidade de pertencer ao grupo e acaba encontrando no consumismo uma felicidade efêmera. Mas uma comprinha aqui e outra ali, faz bem, né?


Eu, como qualquer um que ler o livro, já virei sua fã! Você vê a possibilidade do livro ter uma sequência, ou tem planos de fazer uma história diferente?  

 Eu pretendo fazer uma sequência sim. Inclusive já fiz um esboço. Mas atualmente estou concluindo uma outra história. Chick lit também.  É sobre uma arquiteta que não vê o ex-namorado (que despedaçou seu coração) há quatro anos, e fantasia sobre reencontrá-lo e fazê-lo ver que perdê-la foi o seu maior erro. Mas será que a garota feliz que ela achava que era quando estavam juntos existiu mesmo? Enquanto isso, seu melhor amigo, lindo, charmoso, genial e irritantemente perfeito, nutre uma paixão secreta por ela. É um livro sobre descobertas, busca pela felicidade verdadeira e pelo amor genuíno. 

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