Resenha: Não Sou Este Tipo de Garota - Siobhan Vivian

Resenha da colunista Bel Hamdan

Editora: Novo Conceito Jovem

Autora: Siobhan Vivian

ISBN: 9788563219381

Ano: 2011

Páginas: 248

Skoob

Sinopse: Perversa ou inofensiva? Confiável ou hipócrita? Controlada ou insensata? A vida é sobre suas decisões e escolhas, e Natalie Sterling se orgulha de sempre fazer as melhores. Ela ignora os caras populares e babacas da escola, sempre ganha medalhas de honra e está prestes a ser a primeira estudante jovem a ser presidente do conselho estudantil em anos. Se apenas todas as outras garotas fossem tão sensíveis e fortes. Como o grupo de novatas que querem ser brinquedos dos jogadores de futebol. Ou sua melhor amiga, que tomou uma decisão idiota que quase arruinou sua vida. Mas ser sensível e forte não é fácil. Não quando uma brincadeira quase a faz ser expulsa. Não quando seus conselhos dóem mais do que ajudam. Não quando um cara que ela já deu um fora se torna o cara que ela não consegue parar de pensar. A linha entre o certo e o errado foi distorcida, e cruzá-la poderá resultar em um desastre… ou se tornar a melhor escolha que ela já imaginou fazer. 

"Não sou este tipo de Garota" me chamou atenção pelo nome e pela capa. O nome é instigante, e unido à capa, dá a impressão de que vamos ler algo próximo ao filme "Aos Treze", mas menos agressivo. Natalie Starling, a personagem principal é uma garota do último ano do Colegial que quer ser perfeita. Não no quesito beleza, mas sim como intelectual, rainha da razão. Ela não é muito ligada à beleza e nem a garotos. A imagem que ela tem dos garotos é que são todos pervertidos, só querem sexo e não servem como referencial para nada. Ela viveu toda sua vida se preparando para entrar nas melhores universidades do país, e, até então nada vai mudar isso. Natalie é o retrato do feminismo em sua forma mais radical e exagerada. Ela é assim por Autumn, sua melhor amiga, que sofreu nas mãos de um garoto. A princípio admirei sua "filosofia", mas Natalie é uma personagem insuportável, o tipo de pessoa que poucos aguentariam. Retrato disso é que, a melhor amiga dela, Autumn, é seu referencial de mau exemplo para quase tudo.

Posteriormente, Spencer, uma garota que Natalie costumava ser babá quando mais nova, entra na mesma escola que ela. Spencer é destemida, fútil, ousada e um pouco "periguete" - ela se veste e age como uma. Então Natalie vê em Spencer uma oportunidade de se tornar uma mentora. Decide que vai tirar Spencer daquela vida, e torná-la uma garota respeitável. Natalie só não contava com uma coisa: aquela garota sabia muito bem o que estava fazendo!

Durante o Livro, Natalie se mostra possessiva, teimosa e controladora. Ela pensa muito no seu futuro, e em como ela pode controlar sua entrada na universidade... e seus amigos... e tudo ao seu redor. No início não pensei que ela fosse ser tão insuportável. Creio que ela poderia ser mais leve em suas atitudes, e menos controladora. Ela quer controlar a vida dos amigos, mas ignora que as pessoas têm livre arbítrio. Confesso que algumas ideias de Natalie eram até aceitáveis, mas o mais insuportável dela era tentar impor seus ideiais sobre as amigas. A vantagem é que no decorrer da história, Natalie tem muitas lições que a fazem compreender melhor as coisas; o livro é sobre cotidiano, sobre a adolescência e seus problemas e as indagações de um adolescente que tem que fazer suas escolhas e não pode "pisar na bola" - inclusive o livro é bem leve e a linguagem é bem jovem. A autora consegue fazer o leitor voltar aos tempos da escola. Se você ainda está na escola então, a história fluirá muito bem.

Esperava algo diferente e ele é bem jovem, e acho que já sou "velha" (rs) pra esse tipo de literatura. Não que o livro seja mal escrito ou entendiante. Apenas não é mais minha realidade e a autora exagera muito nos extremismos ao caracterizar seus personagens. Mas ela consegue contextualizar muito bem a história.

É um livro bom, mas não leria de novo e não indicaria para pessoas que já passaram dos tempos de escola. Ele é melhor para o adolescente que ainda está familiarizado com o contexto do livro. E ah, ele não é um livro exclusivo do público feminino, a autora consegue atingir o seu público de uma forma geral.

Nota: 3/5

Capa: 4/5

Leria de novo? Não

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